AÇÕES AFIRMATIVAS E JUDICIALIZAÇÃO DA POLÍTICA: UM OLHAR BASEADO NA TEORIA DE JOHN RAWL

Autores

  • Eduardo Brugnolo Mazarotto Programa de Mestrado Acadêmico em Direito do Centro Universitário Internacional (Uninter). Curitiba, Paraná
  • Doacir Gonçalves de Quadros Programa de Mestrado Acadêmico em Direito do Centro Universitário Internacional (Uninter). Curitiba, Paraná

DOI:

https://doi.org/10.14210/rdp.v14n1.p156-178

Palavras-chave:

Estado de Bem-estar Social. Ações afirmativas. Judicialização da política. John Rawls. Minorias.

Resumo

Neste artigo serão abordados alguns aspectos relativos às ações afirmativas do Estado quando, em sua omissão ou falhas nas políticas públicas aplicadas, acabam os direitos de minorias somente sendo resguardados através de interferência judicial, visando garantir acesso a bens e direitos fundamentais. Toda esta problemática será abordada e correlacionada, ainda, na visão do autor John Rawls, com base em sua obra maior "Uma teoria de justiça". Neste sentido, a judicialização da política pode ser interpretada como um procedimento jurisdicional ao qual pugna, em termos concretos, proceder a aplicação do princípio da igualdade e acesso às liberdades e direitos do Estado. Assim sendo, sem o objetivo de esgotamento do tema, será apresentada problematização nesta seara, especialmente quando a judicialização de políticas públicas se coloca em conflito com a dicotomia direito e política.

Referências

BARROSO, Lui´s Roberto. Judicializac¸a~o, ativismo judicial e legitimidade democra´tica. In: COUTINHO, Jacinto N. de Miranda; FRAGALE FILHO, Roberto; LOBA~O, Ronaldo (Orgs.). Constituic¸a~o & ativismo judicial: limites e possibilidades da norma constitucional e da decisa~o judicial. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2011.

BUCCI, Maria Paula Dallari. Direito Administrativo e políticas públicas. São Paulo: Saraiva, 2006.

CAPPELLETTI, Mauro. Juízes legisladores? Tradução de Carlos Alberto Álvaro de Oliveira. Porto Alegre: Sérgio A. Fabris Editor, 1993.

COMPARATO, Fábio Konder. Ensaio sobre o juízo de constitucionalidade de políticas públicas. Revista dos Tribunais, São Paulo, v. 86, n. 737, p. 11-22, mar. 1997.

COSTA, Pietro. Soberania, representação, democracia: ensaios de História do Pensamento Jurídico. Curitiba: Juruá, 2010.

DRAIBE, Sônia M.; RIESCO, Manuel. Estado de bienestar, desarrollo económico y ciudadania: algunas lecciones de la literatura contemporânea. Serie Estúdios y Perspectivas, México, D.F., n. 55, p. 1-58, 2006.

DOBROWOLSKI, Si´lvio. A necessidade de ativismo judicial no estado contempora^neo. Sequência, Florianópolis, v. 16, n. 31, p. 92-101, dez. 1995.

FONSECA, Lorena; COUTO Felipe Fróes. Judicialização da política e ativismo judicial: uma diferenciação necessária. Revista Eletrônica Direito e Política, Itajaí, v. 13, n. 2, p. 824-854, 2º quadrimestre 2018.

HIRSCHL, Ran. O novo constitucionalismo e a judicialização da política pura no mundo. Revista de Direito Administrativo, Rio de Janeiro, v. 251, p. 139-178, maio 2009.

LEVY, Leonard W. Marbury v. Madison. In: KARST, Kenneth L; MAHONEY, Dennis J. (eds.). Judicial Power and the Constitution: Selections from the Encyclopedia of the American Constitution. New York: Macmillan, 1990.

MEZZAROBA, Orides; STRAPAZZON, Carlos Luiz. Direitos fundamentais e a dogmática do bem comum constitucional. Sequência, Florianópolis, n. 64, p. 335-372, jul. 2012.

MICHELMAN, Frank. La democrazia e il potere giudiziario: il dilemma costituzionale e il giudice Brennan. Bari: Dedalo, 2004.

MILL, John Stuart. Sobre a liberdade. Rio de Janeiro: L&PM Pocket, 2012.

PAULA, Daniel Giotti de. Ainda existe separação de poderes? A invasão da política pelo Direito no contexto do ativismo judicial e da judicialização da política. In: _____. (org.). As novas faces do ativismo judicial. Salvador. Jus Podivm, 2011.

RAMOS, Elival da Silva. Ativismo judicial: parâmetros dogmáticos. São Paulo: Saraiva, 2010.

RAWLS, John. Uma teoria da Justiça. Tradução de Almiro Pisetta e Lenita M. R. Esteves. São Paulo: Martins Fontes, 1997.

REGONINI, Gloria. Estado de Bem-estar. In: BOBBIO, Norberto et al. (orgs.). Dicionário de política. 5. ed. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2000.

STRECK, Lenio Luiz; MORAIS, Jose´ Luis Bolsan. Cie^ncia Poli´tica e Teoria Geral do Estado. 2. ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2001.

TATE, C. Neal; VALLINDER, Torbjörn (eds.). The Global Expansion of Judicial Power. New York: New York University Press, 1995.

VIANNA, Luiz Werneck; BURGOS, Marcelo Baumann; SALLES, Paula Martins. Dezessete anos de judicialização da política. Tempo Social, São Paulo, v. 19, n. 2, p. 39-85, nov. 2007.

Downloads

Publicado

03-05-2019

Como Citar

MAZAROTTO, E. B.; QUADROS, D. G. de. AÇÕES AFIRMATIVAS E JUDICIALIZAÇÃO DA POLÍTICA: UM OLHAR BASEADO NA TEORIA DE JOHN RAWL. Revista Eletrônica Direito e Política, [S. l.], v. 14, n. 1, p. 156–178, 2019. DOI: 10.14210/rdp.v14n1.p156-178. Disponível em: https://periodicos.univali.br/index.php/rdp/article/view/14232. Acesso em: 7 maio. 2024.

Edição

Seção

Artigos