Acessibilidade / Reportar erro

Nossa notação m' na prova de Rorschach: ampliação e restrição do fator m de Klopfer

Our m' determinant in the Rorschach's test, enlarging and restricting "inanimate movement" score

Resumos

Julgamos oportuna e necessária a diferenciação de fatores "movimento" efetuada por Klopfer, entre os quais a categoria a que denominou "movimento inanimado", como integrante do grupo "movimentos menores". O significado particular de semelhantes fatores foi claramente acentuado por Piotrowski quando redefiniu todos os elementos psicodiagnósticos. E acreditamos que o próprio Rorschach faria essa diversificação de determinantes. Pessoalmente, utilizamos a categoria m de Klopfer e de Piotrowski de modo algo diverso. Por um lado, não incluimos aí máscara, nem mímica expressiva, nem expressões emocionais, nem movimentos parciais. Por outro, classificamos nesse grupo movimento humano ou de animal, toda vez que não resulte diretamente da configuração da mancha como elemento formal, mas da reação subjetiva do examinando ante a cinestesia percebida. Como condição básica para a classificação, é indispensável que esteja clara a sensação de tensão muscular — como é exigido desde Rorschach para M;e como traço comum a todas as interpretações da rubrica — sejam abstrações, sejam seres inanimados: (a) intenção, bloqueio, incapacidade, por exemplo, ou (b) atividade de elementos da natureza. Devido a esse caráter subjetivo, anotamos m'em vez de m. Essas duas maneiras (a) e (b) de o probando interpretar movimento, já encontramos em Rorschach, respectivamente nos Exemplosdo Psychodiagnostik e da Contribuição póstuma. E tanto uma como outra podem decorrer, em última análise, quer de fuga ante estímulos emocionais, quer de capacidade mental muito elevada.


Klopfer's differentiation of movement scores, among which "inanimate movement" integrating the "minor movements" group, was no doubt opportune and needed. Their peculiar meaning has been clearly stressed and enriched by Piotrowski in his reformulation of Rorschach variables. It is our belief that Rorschach himself would take such step. Our criteria for scoring this determinant are somewhat different of both Klopfer's and Piotrowski's. On the one hand, masks, facial traits, emotional expressions, body parts in motion are not entered there. On the other, we score as such human or animal movement, provided this does not originate in the blot shape directly, but in the subjective reaction against the sensed muscular tension. Basic requirement for this scoring is the kinesthetic component, as for Mever since Rorschach's elaboration; and common trait distinctive for any response to be so scored — be it an abstraction, an inanimate object, an animal or human being — must be the subjective way of feeling the movement: (a) intention, blocking, struggle for achieving, for instance, or (b) activity of nature elements. Due to this subjective meaning we use the symbol m'intead of mfor this category. We already find these two kinds (a) and (b) of movement responses in Rorschach's text, respectively in the Examplesand in his posthumous Contribution.Either may point to a flight from emotional stress or to outstanding mental ability.


Nossa notação m' na prova de Rorschach: ampliação e restrição do fator m de Klopfer

Our m' determinant in the Rorschach's test, enlarging and restricting "inanimate movement" score

Aníbal Silveira

Departamento de Psiquiatria, Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Estadual de Campinas: Professor de Psiquiatria Clínica e Chefe do Departamento

RESUMO

Julgamos oportuna e necessária a diferenciação de fatores "movimento" efetuada por Klopfer, entre os quais a categoria a que denominou "movimento inanimado", como integrante do grupo "movimentos menores". O significado particular de semelhantes fatores foi claramente acentuado por Piotrowski quando redefiniu todos os elementos psicodiagnósticos. E acreditamos que o próprio Rorschach faria essa diversificação de determinantes.

Pessoalmente, utilizamos a categoria m de Klopfer e de Piotrowski de modo algo diverso. Por um lado, não incluimos aí máscara, nem mímica expressiva, nem expressões emocionais, nem movimentos parciais. Por outro, classificamos nesse grupo movimento humano ou de animal, toda vez que não resulte diretamente da configuração da mancha como elemento formal, mas da reação subjetiva do examinando ante a cinestesia percebida. Como condição básica para a classificação, é indispensável que esteja clara a sensação de tensão muscular — como é exigido desde Rorschach para M;e como traço comum a todas as interpretações da rubrica — sejam abstrações, sejam seres inanimados: (a) intenção, bloqueio, incapacidade, por exemplo, ou (b) atividade de elementos da natureza. Devido a esse caráter subjetivo, anotamos m'em vez de m.

Essas duas maneiras (a) e (b) de o probando interpretar movimento, já encontramos em Rorschach, respectivamente nos Exemplosdo Psychodiagnostik e da Contribuição póstuma. E tanto uma como outra podem decorrer, em última análise, quer de fuga ante estímulos emocionais, quer de capacidade mental muito elevada.

SUMMARY

Klopfer's differentiation of movement scores, among which "inanimate movement" integrating the "minor movements" group, was no doubt opportune and needed. Their peculiar meaning has been clearly stressed and enriched by Piotrowski in his reformulation of Rorschach variables. It is our belief that Rorschach himself would take such step.

Our criteria for scoring this determinant are somewhat different of both Klopfer's and Piotrowski's. On the one hand, masks, facial traits, emotional expressions, body parts in motion are not entered there. On the other, we score as such human or animal movement, provided this does not originate in the blot shape directly, but in the subjective reaction against the sensed muscular tension. Basic requirement for this scoring is the kinesthetic component, as for Mever since Rorschach's elaboration; and common trait distinctive for any response to be so scored — be it an abstraction, an inanimate object, an animal or human being — must be the subjective way of feeling the movement: (a) intention, blocking, struggle for achieving, for instance, or (b) activity of nature elements. Due to this subjective meaning we use the symbol m'intead of mfor this category.

We already find these two kinds (a) and (b) of movement responses in Rorschach's text, respectively in the Examplesand in his posthumous Contribution.Either may point to a flight from emotional stress or to outstanding mental ability.

Texto completo disponível apenas em PDF.

Full text available only in PDF format.

Departamento de Psiquiatria — Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Estadual de Campinas — Caixa Postal 1170 — 13100 Campinas SP — Brasil.

Comunicação ao 1.º Simpósio, Asociación Latinoamericana de Rorschach (Montevideo, 7-11-1967). Ampliada, nesta versão, com as notas introdutórias.

  • 1. ALCOCK, T. The Rorschach in Practice. Tavistock Publications, London, 1963.
  • 2. AMES, L. B.; LEARNED, J.; METRAUX, R. & WALKER, R. N. Child Rorschach Responses. Hoeber, New York, 1952.
  • 3. BECK, S. J.; BECK, A. G.; LEVITT, E. E. & MOLISH, H. B. Rorschach's Test. Vol. 1, 3.Ş ed.. Grune & Stratton, New York, 1961.
  • 4. BEIZMANN, C. Le Rorschach chez l'Enfant de 3 ŕ 10 Ans. Delachaux & Niestlé, Neuchatel, 1961.
  • 5. BOHM, E. Lehrbuch der Rorschach-Psychodiagnostik. Huber, Bern, 1951.
  • 6. CERQUEIRA, L. Psicodiagnóstico de Rorschach. Tipografia Moderna, Salvador (Bahia), 1945.
  • 7. ENDARA, J. Psicodiagnóstico de Rorschach. Casa de la Cultura Ecuatoriana, Quito, 1954.
  • 8. ENDARA, J. Test de Rorschach. Evolucion y Estado Actual. Casa de la Cultura Ecuatoriana, Quito, 1964.
  • 9. FORD, M. The Application of the Rorschach Test to Young Children. University of Minnesota Press, Minneapolis, 1946.
  • 10. HALPERN, F. A Clinical Approach to Children's Rorschach. Grune & Stratton, New York, 1953.
  • 11. KLOPFER, B. & KELLEY, D. M. a) The Rorschach Technique. World Book Co., Yonkers-Hudson, 1942. b) Técnica del Psicodiagnóstico de Rorschach (trad. D. Carnelli). Editorial Paidós, Buenos Aires, 1952.
  • 12. KLOPFER, B.; AINSWORTH, M. D.; KLOPFER, W. G. & HOLT, R. R. Developments in the Rorschach Technique, Vol. 1: Technique and Theory. World Book Co., Yonkers-on-Hudson, 1954.
  • 13. KLOPFER, B. & OTHERS Developments in the Rorschach Technique. Vol. 2: Fields of Application. World Book Co., Yonkers-on-Hudson, 1956.
  • 14. LOOSLI-USTERI, M. Manuel Pratique du Test de Rorschach. Hermann, Paris, 1958.
  • 15. MEILI-DWORETZKI, G. The Development of Perception in the Rorschach. In KLOPFER, B. & OTHERS13, págs. 104-176.
  • 16. MONNIER, M. La technique actuelle du test psychodiagnostique de Rorschach. Annales Méd.-Psychol. 96:15, 1938.
  • 17. PIOTROWSKI, Z. A. A Rorschach compendium, revised and enlarged. Psychiat. Quart. 24:543, 1950.
  • 18. PIOTROWSKI, Z. A. Perceptanalysis. McMillan, New York, 1957.
  • 19. PIOTROWSKI, Z. A. The Movement Score. InRICKERS-OVSIANKINA, M. A. ed.: Rorschach Psychology. Wiley, New York, 1960.
  • 20. RORSCHACH, H. a) Psychodiagnostik, 2. Aufl., herausgeg. von W. Morgenthaler. Huber, Bern, 1932. b)Psychodiagnostic (trad. A. Ombredane et A. Landau). PUF, Paris, 1947. c) Psicodiagnóstico (trad. L. Rosenthal). Editorial Paidós, Buenos Aires, 1948.
  • 21. SILVEIRA, A. Contribuiçăo para os símbolos e o protocolo no método de Rorschach. Rev. Neurol. Psiquiat. Săo Paulo 10:158, 1943.
  • 22. SILVEIRA, A. Método de Rorschach: terminologia e critério. Arq. Assist. Psicopatas de Săo Paulo, 27:5, 1963.
  • 23. SILVEIRA, A. Prova de Rorschach: Elaboraçăo do Psicograma. Tip. Edanee, Săo Paulo, 1964.
  • 24. SOUSA, C. C. O Método de Rorschach. Editora Nacional, Săo Paulo, 1953.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    17 Abr 2013
  • Data do Fascículo
    Jun 1972
Academia Brasileira de Neurologia - ABNEURO R. Vergueiro, 1353 sl.1404 - Ed. Top Towers Offices Torre Norte, 04101-000 São Paulo SP Brazil, Tel.: +55 11 5084-9463 | +55 11 5083-3876 - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: revista.arquivos@abneuro.org