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Personality and organization: the conflict between system and the individual

RESENHAS

Personality and organization: the conflict between system and the individual

Richard Gonzalez

Michigan an State University

PERSONALITY AND ORGANIZATION: THE CONFLICT BETWEEN SYSTEM AND THE INDIVIDUAL. - Por Chris Argyris (Harperr and Brothers, New York, 1957, 291 pgs., US$ 4.00).

Desde que os pesquisadores do comportamento humano se estabeleceram nas usinas "Hawthorne" da "Western Electric Company", há cêrca de trinta anos, vem-se manifestando uma incerteza quanto ao estado de nossos conhecimentos referentes à organização industrial formal e ao lugar do indivíduo dentro de tal organização. Ao mesmo tempo, tem-se empreendido um número imenso e variado de pesquisas básicas que visam explicar e compreender o comportamento, A área dessas pesquisas vai desde os grupos de crianças em idade pré-escolar até os de soldados nos campos de batalha da Segunda Grande Guerra, Para o leigo, o resultado de tais pesquisas tem sido ou uma coletânea de dados e explicações parciais do comportamento humano, ou alguns modelos limitados do comportamento dentro da organização, em condições especiais. O objetivo a que ARGYRIS se propõe, neste livro, é apresentar um retrospecto de grande parte das investigações mais importantes, embora fragmentárias, realizadas no setor do comportamento dentro da organização. Tenta o autor fazer uma síntese - que coloca dentro de um quadro teórico - que abrange, por um lado, uma teoria da personalidade e, por outro, uma teoria da organização formal. O problema central está, obviamente, no conflito, de há muito reconhecido, entre as necessidades da personalidade - dentro da definição estrita do autor - e as exigências e limitações impostas pela organização formal.

Deve-se acentuar que, se bem que ARGYRIS pretenda que esta obra seja uma exposição introdutória para o administrador de empresa e para os que se estão iniciando no estudo das relações humanas, o livro não ensina a matéria em "dez aulas fáceis". O autor contesta a idéia de que a experiência constitua o melhor preparo para a compreensão das relações humanas. Insiste, também, em discutir demoradamente a metodologia científica e as normas fundamentais da lógica formal e diz que há necessidade de definições sôbre as diferentes partes da personalidade humana e que estas devem, em seguida, ser analisadas em têrmos de suas relações e inter-relações. Estas relações constituem, logicamente, as generalizações e princípios, ou para sermos mais precisos, as normas da personalidade. Estas definições e normas, ou princípios generalizados, sobrepõem-se à interpretação geral ou à teoria da personalidade humana. Este é o modo pelo qual o autor refuta outra dificuldade que embaraça o cientista do comportamento, a idéia de que o bom-senso, presumivelmente ao dispor de cada um, é o melhor meio de explicar fenômenos tais como a personalidade e o comportamento dentro da organização.

A despeito do tratamento rigoroso dado ao assunto, o livro é de leitura acessível, contendo numerosas ilustrações e explicações em linguagem adequada ao ambiente industrial. Ninguém, inclusive o autor, pretende que êste seja um resumo completo do comportamento do indivíduo e da organização humana. Ainda assim, o livro é muito útil para quem considere a expressão "relações humanas" como algo além de uma interessante "frase da moda" a respeito do nôvo método dado às relações interpessoais. Até hoje, quatro anos depois desua publicação, esta obra continua sendo um foco de grande interêsse e uma necessidade na biblioteca do estudioso do comportamento e da psicologia do indivíduo dentro da organização.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    22 Jul 2015
  • Data do Fascículo
    Dez 1961
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