Acessibilidade / Reportar erro

Algumas observaçoes sobre a margem de contribuiçao

Resumos

O artigo procura mostrar alguns conceitos de há muito conhecidos e empregados pelos economistas, no campo de administração contábil e financeira. O conceito de margem de contribuição, mostra novidades no cálculo do ponto de eouilibrio. A área de significância dos dados é importante para não chegar-se a projeções absurdas. É mostrada também a falácia da análise do custo total, onde os custos fixos, conforme sua programação, apresentam custos totais diferentes. Finalmente, é apresentado um gráfico para mostrar a imporiãncia da margem de contribuição.

Margem de contribuição; indice de margem de contribuição; nível de significância dos dados; custo total; custo variável; custo fixo; ponto de equilíbrio


The paper analyzes some concepts in the field of Financial and Management Accounting that are well known by economists. The concept of contribution margin adds new notions in the computation of the break-even point. The relevant range of the data is important to avoid absurd prospections. The fallacy of the analysis of total costs, where the fixed costs, as they are allocated show difterent total costs, is also indicated. Finnaly, it is shwon a chart where the relevance of the contribution margin can be seen.

Contribution margin; contribution margin ratio; relevant range; total cost; variable cost; fixed cost breakeven point


ARTIGO

Algumas observaçoes sobre a margem de contribuiçao

Ivan Pinto Dias

Professor Adjunto do Departamento de Contabilidade, Finanças e Controle da EAESP/ FGV

RESUMO

O artigo procura mostrar alguns conceitos de há muito conhecidos e empregados pelos economistas, no campo de administração contábil e financeira. O conceito de margem de contribuição, mostra novidades no cálculo do ponto de eouilibrio. A área de significância dos dados é importante para não chegar-se a projeções absurdas. É mostrada também a falácia da análise do custo total, onde os custos fixos, conforme sua programação, apresentam custos totais diferentes. Finalmente, é apresentado um gráfico para mostrar a imporiãncia da margem de contribuição.

Palavras-chave: Margem de contribuição, indice de margem de contribuição, nível de significância dos dados, custo total, custo variável, custo fixo, ponto de equilíbrio.

ABSTRACT

The paper analyzes some concepts in the field of Financial and Management Accounting that are well known by economists. The concept of contribution margin adds new notions in the computation of the break-even point. The relevant range of the data is important to avoid absurd prospections. The fallacy of the analysis of total costs, where the fixed costs, as they are allocated show difterent total costs, is also indicated. Finnaly, it is shwon a chart where the relevance of the contribution margin can be seen.

Key words: Contribution margin, contribution margin ratio, relevant range, total cost, variable cost, fixed cost breakeven point.

Texto completo disponível apenas em PDF.

Full text available only in PDF format.

1. 'Ponto de equilíbrio' é tradução livre do conceito em inglês conheci· do como break-even point, isto é, volume de vendas elou produção onde as receitas são iguais aos custos e não há lucro nem prejuízo.

2. Cf. HORNEGREEN, C.T. Cosi Accounting, a Managerial Emphasis. Englewood Cliffs, Prentice-Hall, Inc., 1962, p. 42. Os interessados nesse assunto podem consultar ainda DIAS, I. P. "A Análise das Relações entre Custo-Volume-Lucro'. In: QUILlCI, F.; HOPP, J. C. & MONTE CARMELO, M. H. Princípios de Administração Contábil e Financeira na Pequena Empresa Brasileira, Rio de Janeiro, FGV, 1968.

3. Um artigo muito bom, que mostra a importância dos conceitos de custos dos economistas nos últimos progressos havidos na contabilidade de custos, é o de EARLEY, J. S. 'Recent Developments in Cost Acounting and the Marginal Ana/ysis". JoumalofPolitical Economy, junho, 1955, pp. 227·42, apud COLBERG, M. R.; BRADFORD, W. C. & AL T, R . M. Business Economics, PrincipIes and cases. Homewood, Richard D. Irwin, Inc., 1957 (edição revista), p. 133.

4. Apresentamos somente de modo sumário essa questão de custos fixos e custos variáveis, os quais, da maneira em que foram conceituados, diferem das noções de custos apresentadas de modo geral pelos economistas. Alguns artigos em português, que tratam dessa questão e suas aplicações, são: SCHOEPS, W. '0 Método de Custeio Direto", Revista de Administraçãode Empresas, 32(2):44-57, jul.-ago. 1992; GRUNEWALD, A. E. 'Planejamento Financeiro e Determinação do Lucro', Revista de Administração de Empresas, 3(9) :69-89, out. ·dez. 1963; WEROLlN, A. E. "A Elabora· ção de um Orçamento Variável',Revisla deAdministraçáode Empresas, 5(16):127-43, seI. 1965. Parao importante problema da separaçáo do elemento fixo e do elemento variável dos custos semi-variáveis, também denominados de custos semifixos, consulte-se: WELSCH, G. A. Budgeting, Profít Planning and Conlrol. 2" edição. Englewood Cliffs, Prentice-hall, Inc., 1964, pp.21 0-24; HORNEGREEN, C. T. Op. cit, pp. 193-98; BLACK, H. A. & CHAMPION, J. E. Accounling in Business Decisions, Theory, Melhod and Use, EnglewoodClifls, Prentice-Hall, Inc., 1961, pp.295-306; COX, R. G. Principies 01 Accounling, Nova Iorque, The Ronald Press Company, 1961, pp.473-75; TSE, J. Y. D. Prolil Planning Through Volume-Cosi AnaJysis, Nova Iorque, TheMacmillan Company, 1960, p.118.

5. Alguns autores americanos denominam esse índice também de PN ralio ou ProfíWolume ratio, que podemos traduzir por "índice do Lucrai Volume', porém, como Matz, Curry e Frank chamam a atençáo, essa expressão pode dar motivos a confusão porque:" ... o indice não é obtido como conseqüência da divisão do lucro pelo volume, pois, na verdade, é a porcentagem de cada dólar de unidade vendida que permanece, depois que dela foi deduzida a porcentagem do cuslo variável... D Ver: MATZ, A.; CURRY, O. J. & FRANK, G. W. CoslAccounling, Management OperauonaJ T oolfor Planning, Contrai and Analysis, Cincinnati, SouthWestem PublishingCo., 1962, p. 742.

6. Os economistas, em sua maior parte, advogam também esta Idéia. Veja-se, por exemplo: COLBERG, M. R. et alii. Op. cit., p.139; e LEFTWITCH,R.H. ThePriceSystem and Resource Af/ocation. (Edição revista) Nova Iorque, Holt, Rinehart and Winston, 1960, pp.177 -79.

7. Em muitas obras de autores norteamericanos, esta idéia é conhecida como relevant range. Veja-se, por exemplo: HORNOEGREEN, C. T. Op. cit., p. 49; e WELSCH, G. H. Op. cit., p. 332.

8. Veja-se, por exemplo: COLBERT, M.R. et alii. Op. cit., capítulo 4, especialmente pp. 137-39; e LEFTWICH, R. H. Op. cit., capítulos 7, 8, 9 ela, principalmente pp. 174 e 205, em que o ponto de vista dos economistas é muito bem explicado.

9. SAMUELSON, P. A. Economics, An Introductory Analysis. 4§ edição. Nova Iorque, McGraw-Hill Book Co., Inc., 1958, pp.483-84.

10. DEAN, J. "Cost Struclures of Enterprises and Break-Even Charts". American Economic Review, maio de 1948, p.159. Sobre essa questão, veja-se ainda KEMPSTER, J. H. 'Break-Even Analysis - Cammon Ground for lhe Economist and lhe CostAccountant". NACABulletin, fev. 1949, especialmente p.712; bem como SOLDOFSKY, R. M. "Accountant's vs. Economist's Concepts of Break-Even Analysis'. NACA Bulletin, dez. 1959, pp.5-18.

11. Esse tipo de gráfico é, às vezes, denominado de 'Gráfico do lucro! volume", como tradução da expres· são da língua inglesa Profitlvolume graph. Todavia, esta denominação pode dar margem a interpretações errôneas, conforme a nota 5.

12. Segundo Dickey-DICKEY, R. I. (org.) Accountants' Cost Handbook, 2ª edição, Nova Iorque, The Ronald Press Company, 1960, seção 18, p. 22 - foram A. Matz, O. J. Curry e G. W. Frank os precursores deste tipo de gráfico, o qual atualmente é utili· zado por vários outros autores.

13. Conto LANG, T. (org.) CosI Accounlanl's Handbook. Nova Iorque,The Ronald PressCompany, 1954, seção 2, p. 107.

14. Custeio direto étradução do conceito conhecido por direcl costing, utilizado principalmente por autores norte-americanos,emargina/costing, o qual é empregado preferivelmente por autores ingleses. 15. Cf. HASEMAN, W. C. Management Uses of Accounting. Boston, Allyn and Bacon, Inc., 1963, p.590.

  • 2. Cf. HORNEGREEN, C.T. Cosi Accounting, a Managerial Emphasis. Englewood Cliffs, Prentice-Hall, Inc., 1962, p. 42.
  • Os interessados nesse assunto podem consultar ainda DIAS, I. P. "A Análise das Relações entre Custo-Volume-Lucro'. In: QUILlCI, F.; HOPP, J. C. & MONTE CARMELO, M. H. Princípios de Administração Contábil e Financeira na Pequena Empresa Brasileira, Rio de Janeiro, FGV, 1968.
  • 3. Um artigo muito bom, que mostra a importância dos conceitos de custos dos economistas nos últimos progressos havidos na contabilidade de custos, é o de EARLEY, J. S. 'Recent Developments in Cost Acounting and the Marginal Ana/ysis". JoumalofPolitical Economy, junho, 1955, pp. 227¡42, apud COLBERG, M. R.; BRADFORD, W. C. & AL T, R . M. Business Economics, PrincipIes and cases. Homewood, Richard D. Irwin, Inc., 1957 (edição revista), p. 133.
  • 4. Apresentamos somente de modo sumário essa questão de custos fixos e custos variáveis, os quais, da maneira em que foram conceituados, diferem das noções de custos apresentadas de modo geral pelos economistas. Alguns artigos em português, que tratam dessa questão e suas aplicações, são: SCHOEPS, W. '0 Método de Custeio Direto", Revista de Administraçãode Empresas, 32(2):44-57, jul.-ago. 1992;
  • GRUNEWALD, A. E. 'Planejamento Financeiro e Determinação do Lucro', Revista de Administração de Empresas, 3(9) :69-89, out. ¡dez. 1963;
  • WEROLlN, A. E. "A Elabora¡ ção de um Orçamento Variável',Revisla deAdministraçáode Empresas, 5(16):127-43, seI. 1965.
  • Parao importante problema da separaçáo do elemento fixo e do elemento variável dos custos semi-variáveis, também denominados de custos semifixos, consulte-se: WELSCH, G. A. Budgeting, Profít Planning and Conlrol. 2" edição. Englewood Cliffs, Prentice-hall, Inc., 1964, pp.21 0-24;
  • HORNEGREEN, C. T. Op. cit, pp. 193-98; BLACK, H. A. & CHAMPION, J. E. Accounling in Business Decisions, Theory, Melhod and Use, EnglewoodClifls, Prentice-Hall, Inc., 1961, pp.295-306;
  • COX, R. G. Principies 01 Accounling, Nova Iorque, The Ronald Press Company, 1961, pp.473-75;
  • TSE, J. Y. D. Prolil Planning Through Volume-Cosi AnaJysis, Nova Iorque, TheMacmillan Company, 1960, p.118.
  • 5. Alguns autores americanos denominam esse índice também de PN ralio ou ProfíWolume ratio, que podemos traduzir por "índice do Lucrai Volume', porém, como Matz, Curry e Frank chamam a atençáo, essa expressão pode dar motivos a confusão porque:" ... o indice não é obtido como conseqĂźência da divisão do lucro pelo volume, pois, na verdade, é a porcentagem de cada dólar de unidade vendida que permanece, depois que dela foi deduzida a porcentagem do cuslo variável... D Ver: MATZ, A.; CURRY, O. J. & FRANK, G. W. CoslAccounling, Management OperauonaJ T oolfor Planning, Contrai and Analysis, Cincinnati, SouthWestem PublishingCo., 1962, p. 742.
  • 6. Os economistas, em sua maior parte, advogam também esta Idéia. Veja-se, por exemplo: COLBERG, M. R. et alii. Op. cit., p.139; e LEFTWITCH,R.H. ThePriceSystem and Resource Af/ocation. (Edição revista) Nova Iorque, Holt, Rinehart and Winston, 1960, pp.177 -79.
  • 9. SAMUELSON, P. A. Economics, An Introductory Analysis. 4§ edição. Nova Iorque, McGraw-Hill Book Co., Inc., 1958, pp.483-84.
  • 10. DEAN, J. "Cost Struclures of Enterprises and Break-Even Charts". American Economic Review, maio de 1948, p.159.
  • Sobre essa questão, veja-se ainda KEMPSTER, J. H. 'Break-Even Analysis - Cammon Ground for lhe Economist and lhe CostAccountant". NACABulletin, fev. 1949,
  • especialmente p.712; bem como SOLDOFSKY, R. M. "Accountant's vs. Economist's Concepts of Break-Even Analysis'. NACA Bulletin, dez. 1959, pp.5-18.
  • 12. Segundo Dickey-DICKEY, R. I. (org.) Accountants' Cost Handbook, 2ÂŞ edição, Nova Iorque, The Ronald Press Company, 1960, seção 18, p. 22 -
  • 13. Conto LANG, T. (org.) CosI Accounlanl's Handbook. Nova Iorque,The Ronald PressCompany, 1954, seção 2, p. 107.
  • 14. Custeio direto étradução do conceito conhecido por direcl costing, utilizado principalmente por autores norte-americanos,emargina/costing, o qual é empregado preferivelmente por autores ingleses. 15. Cf. HASEMAN, W. C. Management Uses of Accounting. Boston, Allyn and Bacon, Inc., 1963, p.590.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    14 Jun 2013
  • Data do Fascículo
    Ago 1992
Fundação Getulio Vargas, Escola de Administração de Empresas de S.Paulo Av 9 de Julho, 2029, 01313-902 S. Paulo - SP Brasil, Tel.: (55 11) 3799-7999, Fax: (55 11) 3799-7871 - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: rae@fgv.br