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English and the discourses of colonialism

NOTAS SOBRE LIVROS/BOOKNOTES

D Pennycook, A. (1998). English and the Discourses of Colonialism. Londres e Nova Iorque: Routledge.(Série: The Politics of Language) ISBN 0-415-17847-9 (hbk) ISBN 0-415-17848-7 (pbk). xii + 239.

Este novo livro de Alastair Pennycook vem somar-se à já respeitável literatura que denuncia os interesses ideológicos que se alegam esconder por trás de um dos fenômenos lingüísticos que mais desafiam os estudiosos no momento: o impressionante e avassalador avanço da língua inglesa como o meio hegemônico de comunicação internacional no mundo pós-Segunda Grande Guerra. Para o autor, trata-se de uma simples continuação do poder imperial da Grã Bretanha, mantido intacto na forma de um poder lingüístico desmedido que a língua inglesa exerce nos dias de hoje.

Escrito num estilo que beira o jornalístico, o livro documenta diversos casos em que o autor detecta, no seu entender, o papel nefasto que a língua inglesa desempenha, de forma sutil e velada, e por isso mesmo mais perniciosa, na manutenção de políticas de discriminação contra grupos marginalizados. Dentre esses grupos marginalizados estão as vítimas de colonização de outrora e vítimas de ódio racial.

O livro está divido em 7 capítulos. Os primeiros dois capítulos discutem os construtos culturais do colonialismo. O primeiro traça as linhas gerais do contexto cultural que propiciou o surgimento do colonialismo. O segundo examina como o colonialismo foi se alimentando e, em troca ajudou a tornar mais fortes, uma série de crenças a respeito do Outro colonizado e o Self colonizador.

O capítulo 3 tem como tema central a construção da política educacional na Índia pelos ingleses. O autor argumenta que muito mais que uma questão da imposição de uma língua estrangeira, a política educacional imperial foi um complexo exercício de construção cultural. No Capítulo 4, o enfoque recai sobre a política educacional em Hong Kong, território que foi recentemente devolvido à China pela Grã Bretanha e que o autor do livro conhece muito bem.

O capítulo 5 discute como o "Self" é cuidadosamente construído em contextos de colonização. O autor argumenta que o construto chamado língua inglesa é, em grande parte, fruto de uma retórica muito comum no século XIX e continua a influenciar o modo como está sendo visto o papel do inglês no mundo globalizado de hoje. O capítulo 6 estuda o lado oposto da moeda, ou seja, a construção do "Outro", através do self do colonizador. O autor examina em detalhe o processo da construção das imagens da cultura chinesa.

Finalmente, o capítulo 7 levanta a questão das possíveis resistências. O autor afirma não ser nada fácil quebrar a hegemonia dos discursos dominantes, terminando suas reflexões de forma animadora ao constatar o avanço assustador do discurso colonial na Austrália.

Por/by Kanavillil RAJAGOPALAN (Universidade Estadual de Campinas)

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    19 Out 2000
  • Data do Fascículo
    1999
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