Arq. Bras. Cardiol. 2022; 118(2): 422-432

Perfil Clínico, Laboratorial e de Métodos de Imagem na Amiloidose Sistêmica em um Centro de Referência Cardiológico Brasileiro

Fábio Fernandes ORCID logo , Aristóteles Comte de Alencar Neto ORCID logo , Bruno Vaz Kerges Bueno ORCID logo , Caio Rebouças Fonseca Cafezeiro, João Henrique Rissato, Roberta Shcolnik Szor, Mariana Lombardi Peres de Carvalho ORCID logo , Wilson Mathias Júnior, Angelina Maria Martins Lino, Jussara Bianchi Castelli, Evandro de Oliveira Souza, Félix José Alvarez Ramires ORCID logo , Viviane Tiemi Hotta, José Soares Júnior ORCID logo , Caio de Assis Moura Tavares ORCID logo , José Eduardo Krieger, Carlos Eduardo Rochitte, André Dabarian, Ludhmila Abrahão Hajjar, Roberto Kalil Filho, Charles Mady ORCID logo

DOI: 10.36660/abc.20201003

Este Artigo Original é referido pelo Minieditorial "Amiloidose para Cardiologistas".

Resumo

Fundamento

Amiloidose sistêmica é uma doença com manifestações clínicas diversas. O diagnóstico envolve suspeita clínica, aliada a métodos complementares.

Objetivo

Descrever o perfil clínico, laboratorial, eletrocardiográfico e de imagem no acometimento cardíaco da amiloidose sistêmica.

Métodos

Estudo de uma amostra de conveniência, analisando dados clínicos, laboratoriais, eletrocardiográficos, ecocardiográficos, medicina nuclear e ressonância magnética. Considerou-se significância estatística quando p < 0,05.

Resultados

Avaliaram-se 105 pacientes (com mediana de idade de 66 anos), sendo 62 homens, dos quais 83 indivíduos apresentavam amiloidose por transtirretina (ATTR) e 22 amiloidose por cadeia leve (AL). Na ATTR, 68,7% eram de caráter hereditário (ATTRh) e 31,3% do tipo selvagem (ATTRw). As mutações mais prevalentes foram Val142Ile (45,6%) e Val50Met (40,3%). O tempo de início dos sintomas ao diagnóstico foi 0,54 e 2,15 anos nas formas AL e ATTR (p < 0,001), respectivamente. O acometimento cardíaco foi observado em 77,9% dos ATTR e 90,9% dos AL. Observaram-se alterações de condução atrioventricular em 20% e intraventricular em 27,6% dos pacientes, sendo 33,7 % na ATTR e 4,5% das AL (p = 0,006). A forma ATTRw apresentou mais arritmias atriais que os ATTRh (61,5% x 22,8%; p = 0,001). Ao ecocardiograma a mediana da espessura do septo na ATTRw x ATTRh x AL foi de 15 mm x 12 mm x 11 mm (p = 0,193). Observou-se BNP elevado em 89,5% dos indivíduos (mediana 249 ng/mL, IQR 597,7) e elevação da troponina em 43,2%.

Conclusão

Foi possível caracterizar, em nosso meio, o acometimento cardíaco na amiloidose sistêmica, em seus diferentes subtipos, através da história clínica e dos métodos diagnósticos descritos.

Perfil Clínico, Laboratorial e de Métodos de Imagem na Amiloidose Sistêmica em um Centro de Referência Cardiológico Brasileiro

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