As Feiras de Matemática: espaço democrático de insubordinação, discussão coletiva e formação de professores

Autores

DOI:

https://doi.org/10.37001/ripem.v10i1.2361

Palavras-chave:

Feira de Matemática, Insubordinação Criativa, Formação de Professor

Resumo

Este artigo consiste em apresentar elementos constituintes de uma pesquisa em andamento, com abordagem qualitativa, cujo objeto de estudo são as Feiras de Matemática que, a partir de sua história, representam destacada contribuição para a formação continuada de professores que ensinam Matemática. Tem como objetivo dialogar sobre a prática de insubordinação criativa a partir do movimento das Feiras de Matemática, com o intuito de responder à questão: por que considerar o movimento das Feiras de Matemática uma prática de insubordinação criativa? Apresenta seus princípios a partir de uma discussão reflexiva sobre práticas colaborativas centradas na compreensão de seu desenvolvimento, avanços e contribuições, para uma prática docente insubordinada. O professor envolvido nas Feiras de Matemática, num processo de reflexão e descoberta de uma matemática diferenciada, melhora a sua prática pedagógica, busca uma perspectiva crítica, integradora e contextualizada em seu trabalho. As Feiras fazem parte de um movimento desenvolvido há trinta e cinco anos, com a participação de professores e alunos da Educação Básica, coordenadores pedagógicos, gestores e dirigentes educacionais que se arriscam numa abordagem de insubordinação criativa sobre o compartilhamento de conhecimento e metodologia desenvolvidos em sala de aula, relacionadas ao ensino e à aprendizagem da Matemática.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Abreu, M. A. M. de. 91996).Compromisso Político Pedagógico do Educador

Matemático.Revista Catarinense de Educação Matemática -SBEM/SC, Blumenau, v.1, n.1, p.19-20.

André, M. E. D. (1997). Perspectivas atuais da pesquisa sobre docência. In: Catani, D. B. et al. Docência, memória e gênero: Estudos sobre formação. São Paulo: Escrituras Editora.

Assunção, E. M.; Escher, M. A. (2019). Feiras de Matemática no Contexto de Interações: Intervenções que contribuem para a Prática Docente. REMATEC: Revista de Matemática, Ensino e Cultura, Ano 14, n. 30, p.56-74.

Battisti, I. R.; Avi, P. C. (2019). Feira Regional de Matemática no Estado do Rio Grande do Sul: um espaço de formação e constituição do professor. REMATEC: Revista de Matemática, Ensino e Cultura, Ano 14, n. 30, p.154-169.

Biembengut, M. S.; Zermiani, V. J. (2014).Feiras de Matemática: história das ideias e Ideias da história. Blumenau, Legere/Nova Terra.

Brasil. (2015). Conselho Nacional de Educação. Parecer CP n. 2/2015. Diretrizes Curriculares Nacionais para a formação inicial em nível superior (cursos de licenciatura, cursos de formação pedagógica para graduados e cursos de segunda licenciatura) e para a formação continuada.Brasília, 01 de julho.

Caraça, B. J. (1978). A Cultura integral do indivíduo: problema central do nosso tempo. Em J.M.C. (Ed). Bento de Jesus Caraça: conferências e outros escritos. Lisboa: Tipografia Antonio Coelho Dias. Incompleta (pp....)

Civiero, P.A.G. (2016). Educação Matemática Crítica e as implicações sociais da Ciência e da Tecnologia no Processo Civilizatório Contemporâneo:Embates para Formação de Professores de Matemática. 382 f. Tese (Doutorado) – Programa de Pós-Graduação em Educação Científica e Tecnológica, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis.

D’Ambrosio, B. S.; Lopes, C. E. (2015a). Práticas pedagógicas insubordinadas criativamente. Em D’Ambrósio, B.S. & Lopes, C. E. (Orgs). Ousadia criativa nas práticas de educadores matemáticos. (pp. 13-19). Campinas, SP: Mercado de Letras.

D’Ambrosio, B. S.; Lopes, C. E. (2015b). Insubordinação Criativa: um convite à reinvenção do educador matemático. Bolema, Rio Claro (SP), v. 29, n. 51, p. 1-17, abr.

D’Ambrosio, B.S.; Lopes, C. E. (Org). ((2015c)). Vertentes da subversão na produção científica em educação matemática. Campinas, SP: Mercado de Letras.

Duran, M. C. G.; Nascimento, D. R. C. (1999). Formação do educador: Uma discussão dos saberes que integram o processo. In: 22ª Anped – Reunião Anual de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação. Anais ..., Curitiba.

Fiorentini, D.; Souza e Melo, G. F. (2001). Saberes docentes: Um desafio para acadêmicos e práticos. Educação & Sociedade, ano XXII, n. 74, Abril.

Fiorentini, D.; Nacarato, A.M.; Ferreira, A. C.; Lopes, C. S.; Freitas, M. T.M. E. Miskulin, R.G.S. (2002). Formação de professores que ensinam matemática: balanço de 25 anos da pesquisa brasileira. In: Educação em Revista – Dossiê: Educação Matemática. Belo Horizonte, UFMG, n. 36, p. 137-160.

Fiorentini, D.; Castro, F. C. (2003).Tornando-se professor de matemática: o caso de Allan em prática de ensino e estágio supervisionado. In FIORENTINI, D. (Org.) Formação de professores de matemática: explorando novos caminhos com outros olhares. Campinas, SP: Mercado de Letras.

Floriani, V. J.; Zermiani, V. J. (1985). Feira de Matemática. Revista deDivulgação Cultural, Blumenau, p.1-16, dez.

Freire, P. (2018).Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 65 ed.

Gatti, B. A.; Nunes, M. M. R. (Org.). (2009). Formação de professores para o ensino fundamental: estudo de currículos das licenciaturas em pedagogia, língua portuguesa, matemática e ciências biológicas. São Paulo: FCC/DPE.

Geraldi, C.M. G.; Pereira, E. M. de A.; Fiorentini, D. (1998). Trajetórias de um trabalho coletivo: apontamentos para uma epistemologia da prática. In Geraldi, M. G. G. et al. (Org.). Cartografias do trabalho docente: Professor(a)-perquisador(a). Campinas, SP: Mercado das Letras, pp. 11-19.

Gonçalves, T. O. (2000). Formação e desenvolvimento profissional de formadores de professores: o caso de professores de matemática da UFPA. Tese (Doutorado em Educação Matemática). SP: FE/UNICAMP, 206 p.

Grando, R.C.; Gonçalves, A. (2019). Processos Formativos de Professores no Movimento das Feiras Catarinenses de Matemática: Estudo de Caso. REMATEC: Revista de Matemática, Ensino e Cultura, Ano 14, n. 30, pp.41-55.

Guerra, L. L.; et al.(2017). Formação de Professores Orientadores a partir da participação no processo de Avaliação de Trabalhos em Feiras de Matemática. In: VI Seminário Nacional de Avaliação das Feiras de Matemática, 2017. Anais... Camboriú, pp. 20-31.

Hoeller, S. A. de O. et al. (2015). Feiras de Matemática: percursos, reflexões e

compromisso social. Hoeller, S. A. de O. et al (Orgs). Blumenau: IFC.

Lopes, C. E.; D’Ambrosio, B. S.; Corrêa, S. A.(2016).Zetetiké, Campinas, SP, v.24, n.3, set./dez., pp.287-300.

Mancuso, R. (2006). Feiras de Ciências, das escolares às nacionais: conflitos e sucessos. In: ReuniãoRegional da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, 2: 2006; Porto Alegre, RS, anais... Porto Alegre: SBPC/RS. CD- ROM.

Melo, M. M. R.; Siewert, K. H.; Guttschow, G. G. (2018). Formação docente para as Feiras de Matemática: atividades de um projeto de extensão. Revista Conexão UEPG, v. 14, n.1, pp. 114-121, jan-abr.

Nóvoa, A. (1995). Os professores e as histórias da sua vida. In NÓVOA, A. (Org.). Vidas de professores. Porto: Porto Editora.

Oliveira, F. P. Z.; Civiero, P. A. G. (2019). Comissão Permanente das Feiras de Matemática: um espaçocolaborativo de formação de professores.REMATEC: Revista de Matemática, Ensino e Cultura, Ano 14, n. 30, pp.05-25.

Oliveira, F. P. Z.; Civiero, P. A. G.; Possamai, J.P.. (2019). O trabalho colaborativo da Comissão Permanente das Feiras de Matemática: Cenários, Bastidores e Formação de Professores. Educação Matemática em Revista, Ano 24, pp. 125-139.

Oliveira, F. P. Z.; Santos, A. F. (2017). Gestão Colaborativa das Feiras de Matemática. In: VI Seminário Nacional de Avaliação das Feiras de Matemática, 2017. Anais... Camboriú. pp. 266-277.

Oliveira. F. P. Z. (2017).Pactos e Impactos da Iniciação Científica na formação dos estudantes do Ensino Médio.2017. Tese (Doutorado em Educação Científica e Tecnológica) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis – SC.

Pimenta, S. G. (1999). Formação de professores: Identidade e saberes da docência. In Pimenta, S. G. (Org.) Saberes pedagógicos e atividade docente. São Paulo: Cortez.

Santos, A. F.; Bazzo, W. A. (2019). Feiras de Matemática: espaço de pesquisa, socialização e divulgação de saberes. REMATEC: Revista de Matemática, Ensino e Cultura, Ano 14, Número 30, pp.26-40.

Santos, A. F. (2017). A Feira De Matemática no Estado da Bahia: Espaço para a Formação Continuada de Professores. In: VII Congresso Internacional de Ensino de Matemática, 2017, Canoas - Rio Grande do Sul, 2017. Anais ... do VII CIEM.

Santos, A. F.; Angelim, J.A.S. (2016). As Feiras de Matemática na Bahia enquanto espaço de formação continuada para Professores que ensinam Matemática na Educação Básica. In: XII Encontro Nacional de Educação Matemática, 2017. Anais... São Paulo: Jul.

Santos, A. F.; Angelim, J.A.S. (2015). História das Feiras de Matemática na Bahia: Contribuições para a formação continuada do professor que ensina Matemática. In: III Congresso Ibero-americano de História da Educação Matemática, 2015. Anais...pp. 1330-1346, Nov.

SBEM – Sociedade Brasileira de Educação Matemática. (2019). Missão. Disponível em: http://www.sbembrasil.org.br/sbembrasil/index.php/a-sociedade/missao. Acesso em 10 de out.

Schnetzler, R. P. (2011). Prefácio. InGeraldi, C.M.G.; et al. (Org.). Cartografias do trabalho docente: professor(a)-pesquisador(a). (2011). Campinas, SP: Mercado de Letras, 2. ed., pp. 7-9.

Silva, M. (2009). Complexidade da formação de professores: saberes teóricos e saberes práticos [online]. São Paulo: Editora UNESP: São Paulo: Cultura Acadêmica.

Silva, V. C.;Garnica, A. V. M. (2015). Mostruário de Práticas: considerações sobre a formação e a atuação de professores dos Anos Iniciais a partir das Feiras Catarinenses de Matemática. Bolema, Rio Claro (SP), v. 29, n. 53, pp. 909-935, dez.

Tardif, M. (1999). Saberes profissionais dos professores e conhecimentos universitários. Rio de Janeiro: PUC.

Tardif, M.; Lessard, C.; Lahaye, L. (1991). Os professores face ao saber: Esboço de uma problemática do saber docente. Teoria & Educação, nº 4, Porto Alegre: Pannônica.

Therrien, J. (1995). Uma abordagem para o estudo do saber da experiência das práticas educativas. In: Anped, 18ª - Reunião Anual de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação. Anais ..., Caxambu.

Zabel, M.; Scheller, M. (2019). As aprendizagens de professores em formação e vivência em Feira de Matemática. REMATEC: Revista de Matemática, Ensino e Cultura, Ano 14, n. 30, pp. 75-90.

Zermiani, V. J.(1996). Histórico das Feiras Catarinenses de Matemática. Revista Catarinense de Educação Matemática - SBEM SC, Blumenau, ano 1, n.1, pp. 3-9.

Publicado

2020-01-01

Como Citar

SANTOS, A. F. DOS; OLIVEIRA, F. P. Z. DE; CIVIEIRO, P. A. G. As Feiras de Matemática: espaço democrático de insubordinação, discussão coletiva e formação de professores. Revista Internacional de Pesquisa em Educação Matemática, v. 10, n. 1, p. 44-59, 1 jan. 2020.

Edição

Seção

Artigos