MEGAESÔFAGO CONGÊNITO EM CÃO – RELATO DE CASO
PDF (Português (Brasil))

Keywords

Canino
congênito
doença cardíaca

How to Cite

Coleto, A. F. ., Gundim, L. F. ., Tivelli, P. ., Szabó, M. P. J. ., & Medeiros-Ronchi, A. A. . (2023). MEGAESÔFAGO CONGÊNITO EM CÃO – RELATO DE CASO. REVISTA FOCO, 16(02), e881. https://doi.org/10.54751/revistafoco.v16n2-029

Abstract

O objetivo deste trabalho foi relatar o caso de um cão, mestiço, de dois meses de idade, atendido no Hospital Veterinário da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) com histórico de emagrecimento progressivo, diarreia e vômito. Ao exame clínico, foi observado mucosas pálidas e sopro grau IV em foco mitral. Foram realizados exames radiográficos simples e contrastados e, posteriormente, atribuído o diagnóstico de megaesôfago. Devido a complicações posteriores, o animal foi submetido à eutanásia e encaminhado ao Departamento de Patologia Animal - UFU. À necropsia, foi visualizado cordão brancacento cilíndrico com origem no coração, comprimindo traqueia e esôfago. Acima dele, observou-se dilatação esofageal com presença de líquido leitoso. O megaesôfago foi atribuído à persistência do arco aórtico direito (PAAD). A PAAD é considerada a alteração de anel vascular mais comum em cães. Em animais jovens, caracteriza-se por ser a principal causa de disfagias e dilatações do esôfago. Durante a embriogênese, há formação de diversas estruturas vasculares, entre elas os arcos aórticos. Em condições fisiológicas, o arco aórtico esquerdo persiste ao nascimento e dá origem a aorta descendente. Se o arco aórtico direito não regride, é este quem dará origem a aorta, se posicionando à direita do esôfago e traqueia. O ducto arterioso que regride ao fim da formação fetal em ligamentum arteriosum, transpassa o esôfago, causando compressão a nível da base cardíaca e dilatação cranial do órgão. Apesar de pouco frequente, o megaesôfago congênito por PAAD deve ser considerado como diagnóstico diferencial no caso de cães jovens com disfagia. Alterações congênitas dos anéis vasculares, caso não corrigidas, possuem prognóstico desfavorável.

https://doi.org/10.54751/revistafoco.v16n2-029
PDF (Português (Brasil))

References

ALVES, J. et al. Mecanismos fisiopatológicos da nocicepção e bases da analgesia perioperatória em pequenos animais. Acta Biomedica Brasiliensia, v. 8, n. 1, p. 56-68, 2017.

ANDRADE, S.F.; NOGUEIRA, R.M.B.; MELCHERT, A. et al. Semina: Ciências Agrárias, v. 28, n. 3, p. 477-482, 2007.

BUCHANAN J.W. Tracheal signs and associated vascular anomalies in dogs with persistent right aortic arch. J Vet Intern Med. 2004;18(4):510-514.

FARROW, C.S. Veterinary Diagnostic Imaging the Dog and Cat. St. Louis: Mosby, 2003.

HELPHREY, M. Anomalias vasculares anelares. In: BOJRAB, M.J. Mecanismos da Moléstia na Cirurgia dos Pequenos Animais. 2ed. São Paulo: Manole, 1996.

HOLT, D. et aI. Esophageal obstruction caused bya left aortic arch and na anomalous right patent duclus arleriosus in two Gerrnan Shepherd Iittermates. Veterinary Surgery, v. 29, p. 264-270, 2000.

JOHNSON, S.E. Diseases of the esophagus. In: Sherding, R.G. The Cat Diseases and Clinical Management. 2.ed. Philadelphia: Sauders, 1994.

JOHNSON, S.E.; SHERDING, R.G. Esofagopatias e Distúrbios de Engolição. In: BIRCHARD, S.J. Clinica de pequenos Animais. 2 ed. São Paulo: Roca, p.791- 809, 2003.

JONES, T.C.; HUNT, R.D.; KING, N.W. Patologia Veterinária. 6.ed. São Paulo:

Manole, 2000.

KOC, Y. et al. Persistent right aortic arch and its surgical correction in a dog.Turkish Journal of Veterinary and Animal Science, v.28, n.2, p.441–446, 2004.

KOZU, F.; SILVA, R.; SANTOS, C. Doenças do Esôfago: Megaesôfago. Tratado de Medicina Interna de Cães e Gatos, v.114, p. 2933-2941, 2015.

LUIS-FUENTES, V. & SWIFT, S. (1998). BSAVA Manual of Small Animal

Cardiorespiratory Medicine and Surgery, 1st ed. BSAVA 9-195.

MEIRA, J. et al. Megaesophagus secondary to persistence of the right aortic arch in a German Shepherd dog - case report. Archives of Veterinary Science, v. 25, n. 5, p. 20, 2020.

NAM, Y.S.; LEE, C.H.; CHUNG, D.H. et al. Left costocervical vein malformation with anomalous ramification of aortic arch in a dog. Journal of Veterinary Science, v.4, p.205-208, 2003.

PINTO, V.S.; CUNHA, O.; GUIRRO, E.C.B.P. et al. Persistência do arco aórtico direito com ducto arterioso patente em um cão: relato de caso. Revista Científica de Medicina Veterinária – Pequenos Animais e Animais de Estimação, v.7, p.511-514, 2009.

PLESMAN, R. et al. Thoracoscopic correction of a congenital persistent right aortic arch in a young cat. The Canadian Veterinary Journal, v. 52, n. 10, p. 1123, 2011.

RICARDO, C.; AUGUSTO, A.; CANAVESE, S. et al. Double aortic arch in a dog (Canis familiaris): a case report. Anatomy Histolog Embryology, v.30, p.379-381, 2001.

STURION, D.J.; STURION, M. A.T.; STURION, T.T. et al. Correção cirúrgica de persistência de arco aórtico direito em felino de dois anos: relato de caso. Jornal Brasileiro de Ciência Animal, v.1, p.86-93, 2008.

TILLEY, L.P., SMITH JR., F. W. K., OYAMA, M.A. & SLEEPER, M.M. (2008). Manual of Canine and Feline Cardiology, 4th Ed. Philadelphia: Saunders Elsevier, 215-223.

Creative Commons License

This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.